A Lagoa Negra

19 de novembro de 2009 at 3:55 pm (Apresentação)

Esta lenda foi contada por ANTÔNIO STENZEL FILHO em seu livro “Vila da Serra”.

Um escravo negro, depois de muitos mal-tratos, a que continuamente o submetia seu senhor, toma a firme resolução de acabar com tanto sofrimento.

FOGE!

Em verdadeira disparada erra de colina em colina, de bosques em bosques, até que surgi uma prainha deserta, mas em seguida, embrenha-se novamente na mata nativa, tentando afastar-se o mais depressa possível das mãos de seu carrasco dono.

Depois de muito caminhar, já fatigado, esbarra do lado de cá da Pinguela, com a triste e silenciosa Lagoa Negra.

É pequena, e suas águas, sob a sombra das florestas que rodeiam, têm a cor indicativa do seu nome.

SENTA-SE!

Reflete então sofre as dores sofridas e a dolorosa condenação a que está sujeita a sua raça, e a impossibilidade em que se acha de reagir. Voltar para a casa de seu senhor é continuar o seu longo martirológio: prosseguir fugido é, além do perigo de ser pego, um outro martírio também.

RESOLVE!

Lança um olhar ao redor e seus olhos descobrem instintivamente uma copa de figueira, cujos ramos verdejantes beijam a fímbria do líquido sudário.

Levanta-se, dá alguns passos, procura e encontra uma corda. Atira-a de encontro a um galho, e depois dela presa neste, amarra a outra ponta no pescoço, abaixa os braços, encolhe as pernas e……fica dependurado.

ESTÁ MORTO!

Conta a lenda, porém, que deste momento em diante canoas brancas cruzam a lagoa em diversas direções, enquanto luzes misteriosas brilham nas florestas marginas, e que o mesmo negro, ora embarcado nessas canoas, ora a pé ou trepado nas árvores, aparece naquelas paragens, cantando melancólicas canções.

A Lagoa Negra é uma lenda triste que nos ajuda a compreender o sofrimento causado pela escravidão. Esse foi um tempo sombrio para a história brasileira e para os brasileiros. Mas engana-se todo aquele que pensa que isso faça parte de um passado distante. A escravidão sempre existirá, por vezes mascarada, mistificada, enquanto o homem caminhar por essa terra. Isto porque, o mundo funciona por meio de estruturas de poder e algumas pessoas que exercem o poder, o buscam para compensar-lhes a fragilidade e vulnerabilidade.

Uma pessoa fraca no poder nunca será generosa, porque encara perguntas ou possibilidades alternativas como ameaça à sua supremacia e dominação. Ela sempre exigirá total controle. Entretanto, quando controlados, somos sempre tratados como “objetos”, em vez de “sujeito”.

O controle também asfixia a nossa individualidade, nos impedindo de sermos criativos. Em um mundo onde somos controlados, onde o poder predomina, tudo é determinado por uma ética de competição. Já em um mundo onde podemos exercer a nossa criatividade, onde um dom está envolvido, não haverá competição.

Para sermos mais felizes, nossa vida deve ser o cenário das possibilidades e da verdadeira expressão.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

Bibliografia

Mitos e Lendas do Rio Grande do Sul – Antonio Augusto Fagundes; Martins Livreiro Editor

NOME DA ALUNA : vitoria botelho souza


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A escravidao dos Negros

19 de novembro de 2009 at 3:54 pm (Apresentação)

Os NEGROS chegaram ao Rio Grande do Sul trazidos pelos portugueses, mas não existe dada exata de seu ingresso. Entretanto, com certeza sabemos, que o elemento negro teve presença marcante em todos os campos da construção do Rio Grande.

O braço negro surgiu como uma mão-de-obra inevitável para os portugueses na ocupação do Estado (RS), pois o índio não se adaptou a um trabalho tão forçado. Ele trabalhou na agricultura, na derrubada das matas para a construção das estradas, nos trabalhos domésticos das fazendas, no curtume, na construção civil, colhendo, plantando, moendo, carregando, sendo guarda-costa de seus donos, etc. Enfim, executando todo o tipo de atividade exaustiva e desgastante.

Mas o negro tem ainda, participação ativa nas lutas rio-grandenses (Guaranítica, Revolução Farroupilha, Revolução Federalista, etc). Foi soldado em todas as guerras, destacando-se nas tropas farroupilhas como militar da infantaria. Foi a guerra que aproximou o negro ao branco, pois lutaram por uma mesma causa e um mesmo ideal.

Por todo seu sacrifício, a nossa sociedade deve ser eternamente grata a esta nobre raça denominada NEGRA.

O Brasil tem que assumir a cultura de seu povo e, nesse caso, a cultura afro-americana. A cultura traz grande contribuição para os embates e o caos da sociedade de hoje. A cultura negra é profundamente ecológica, assim como a cultura indígena.

Uma parcela significativa de nossa população é negra e sua cultura se enraizou e se mantém com grande vitalidade, expressando-se através de manifestações de caráter associativo, tanto no campo cultural quanto no social e religioso.

Sabemos que ainda hoje, embora poucos admitam, ainda há discriminação em relação ao negro, que ocorre nos espaços informais e formais. Conseqüência disso é que o maior contingente de população favelada e mal remunerada é negra.

Nosso país, entretanto, não pode se recusar a assumir a paternidade dos filhos pobres que tem gerado ilimitadamente, pois não haverá verdadeira humanidade e real democracia, enquanto povos estiverem mantidos marginalizados como ocorre aqui no Brasil.

A sociedade das classes dirigentes têm uma enorme dívida material e ética principalmente com os povos indígenas e a cultura negra.

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Lenda – A lagoa negra

19 de novembro de 2009 at 3:45 pm (Apresentação)

Resolução de acabar com tanto sofrimento.

FOGE!

Em verdadeira disparada erra de colina em colina, de bosques em bosques, até que surgi uma prainha deserta, mas em seguida, embrenha-se novamente na mata nativa, tentando afastar-se o mais depressa possível das mãos de seu carrasco dono.

Depois de muito caminhar, já fatigado, esbarra do lado de cá da Pinguela, com a triste e silenciosa Lagoa Negra.

É pequena, e suas águas, sob a sombra das florestas que rodeiam, têm a cor indicativa do seu nome.

SENTA-SE!

Reflete então sofre as dores sofridas e a dolorosa condenação a que está sujeita a sua raça, e a impossibilidade em que se acha de reagir. Voltar para a casa de seu senhor é continuar o seu longo martirológio: prosseguir fugido é, além do perigo de ser pego, um outro martírio também.

RESOLVE!

Lança um olhar ao redor e seus olhos descobrem instintivamente uma copa de figueira, cujos ramos verdejantes beijam a fímbria do líquido sudário.

Levanta-se, dá alguns passos, procura e encontra uma corda. Atira-a de encontro a um galho, e depois dela presa neste, amarra a outra ponta no pescoço, abaixa os braços, encolhe as pernas e……fica dependurado.

ESTÁ MORTO!

Conta a lenda, porém, que deste momento em diante canoas brancas cruzam a lagoa em diversas direções, enquanto luzes misteriosas brilham nas florestas marginas, e que o mesmo negro, ora embarcado nessas canoas, ora a pé ou trepado nas árvores, aparece naquelas paragens, cantando melancólicas canções.

A Lagoa Negra é uma lenda triste que nos ajuda a compreender o sofrimento causado pela escravidão. Esse foi um tempo sombrio para a história brasileira e para os brasileiros. Mas engana-se todo aquele que pensa que isso faça parte de um passado distante. A escravidão sempre existirá, por vezes mascarada, mistificada, enquanto o homem caminhar por essa terra. Isto porque, o mundo funciona por meio de estruturas de poder e algumas pessoas que exercem o poder, o buscam para compensar-lhes a fragilidade e vulnerabilidade.

Uma pessoa fraca no poder nunca será generosa, porque encara perguntas ou possibilidades alternativas como ameaça à sua supremacia e dominação. Ela sempre exigirá total controle. Entretanto, quando controlados, somos sempre tratados como “objetos”, em vez de “sujeito”.

O controle também asfixia a nossa individualidade, nos impedindo de sermos criativos. Em um mundo onde somos controlados, onde o poder predomina, tudo é determinado por uma ética de competição. Já em um mundo onde podemos exercer a nossa criatividade, onde um dom está envolvido, não haverá competição.

Para sermos mais felizes, nossa vida deve ser o cenário das possibilidades e da verdadeira expressão.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

Bibliografia

Mitos e Lendas do Rio Grande do Sul – Antonio Augusto Fagundes; Martins Livreiro Editor

 

Aluna: Larissa Ramos Costa

 

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A Escrava Honrada

19 de novembro de 2009 at 3:45 pm (Apresentação)

Em 1835, quando iniciou-se, no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha, residia, no município de Santa Maria, em casa de sua propriedade, uma respeitável viúva, em companhia de sua filha, esposa de Brigadeiro, e de sua netinha.

Não querendo a prudente senhora sujeitar-se a prováveis dissabores, assistindo o desenrolar dos acontecimentos que sobreviessem, resolveu, com sua família, emigrar para o Paraguai.

Antes de realizar sua jornada, entregou a direção da casa aos cuidados de sua escrava. Enterrou em uma cova funda, na própria propriedade todas suas jóias e objetos de valor, deixando-os também sob a guarda da preta. Em seguida, partiu com seus entes queridos, para um lugar distante, em busca da tranqüilidade e segurança que perdera.

Muito tempo se passou, mais de sete anos sem que a dedicada escrava tivesse notícia, ligeira sequer, de sua senhora. Era mesmo impossível se estabelecer qualquer tipo de comunicação, devido a anormalidade reinante na Província.

Nesse mesmo período de tempo, esteve a povoação, ora em poder dos legalistas, ora dos rebeldes. Mas, a pretinha, não abandonou um instante só, a guarda de tudo que lhe fora confiado.

Afinal, serenado o movimento revolucionário, toda a família retorna contente à sua casa.

Logo ao chegar, muito aflita, a senhora da escrava, primeiro vai verificar o que era feito do seu tesouro escondido.

Achou-o intacto, tal qual o tinha colocado. Agradeceu então, do fundo de seu coração a honrada escrava, reconhecendo que poucos seriam os que lhe seriam tão fiéis e tão amigos…

Amizade é a palavra certa para o relacionamento desta escrava para com sua senhora.

A lenda é narrada como um ensinamento do conceito da verdadeira amizade.

A escrava, pelo simples fato de ser privada da liberdade, poderia ter aproveitado aquele momento em que permanecia na casa sozinha, para fugir com os tesouros de sua dona. Entretanto, a amizade despertou o que era divino dentro dela. Os nobres sentimentos para com sua senhora, refletiram os sentimentos para com ela mesma.

Não lhe importava quem era ou como era, a amizade era a graça que lhe aqueceu e adoçou a sua vida, naqueles tempos tão difíceis.

A senhora, também, muito aprendeu com sua escrava. Podia ter infinitos bens, ter uma família adorável, mas foi quando se sentiu completamente sozinha e pedida, que encontrou a maior dos tesouros: a verdadeira amizade.

Encontrei essa lenda no site : http://www.rosanevolpatto.trd.br/escravahonrada.htm

Postado por: Rhanna

😛

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A Lagoa Negra por: Fabiane

19 de novembro de 2009 at 3:42 pm (Apresentação)

Um escravo negro, depois de muitos mal-tratos, a que continuamente o submetia seu senhor, toma a firme resolução de acabar com tanto sofrimento.

FOGE!

Em verdadeira disparada erra de colina em colina, de bosques em bosques, até que surgi uma prainha deserta, mas em seguida, embrenha-se novamente na mata nativa, tentando afastar-se o mais depressa possível das mãos de seu carrasco dono.

Depois de muito caminhar, já fatigado, esbarra do lado de cá da Pinguela, com a triste e silenciosa Lagoa Negra.

É pequena, e suas águas, sob a sombra das florestas que rodeiam, têm a cor indicativa do seu nome.

SENTA-SE!

Reflete então sofre as dores sofridas e a dolorosa condenação a que está sujeita a sua raça, e a impossibilidade em que se acha de reagir. Voltar para a casa de seu senhor é continuar o seu longo martirológio: prosseguir fugido é, além do perigo de ser pego, um outro martírio também.

RESOLVE!

Lança um olhar ao redor e seus olhos descobrem instintivamente uma copa de figueira, cujos ramos verdejantes beijam a fímbria do líquido sudário.

Levanta-se, dá alguns passos, procura e encontra uma corda. Atira-a de encontro a um galho, e depois dela presa neste, amarra a outra ponta no pescoço, abaixa os braços, encolhe as pernas e……fica dependurado.

ESTÁ MORTO!

Conta a lenda, porém, que deste momento em diante canoas brancas cruzam a lagoa em diversas direções, enquanto luzes misteriosas brilham nas florestas marginas, e que o mesmo negro, ora embarcado nessas canoas, ora a pé ou trepado nas árvores, aparece naquelas paragens, cantando melancólicas canções.

 

Fonte:

http://www.rosanevolpatto.trd.br/lagoanegra.html

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lendas dos nossos negros !!!!!!

19 de novembro de 2009 at 3:41 pm (Apresentação)

NEGRINHO DO PASTOREIO

 

Esta é a mais popular e a única lenda genuinamente gaúcha, mas por ser tão bela e comovente, acabou sendo “exportada, legalmente, ou ilegalmente”, como afirma o folclorista e professor Antonio Augusto Fagundes.

A LENDA

Era o tempo da escravidão e um menino negrinho, pretinho que nem carvão, humilde e raquítico era escravo de um fazendeiro muito rico, mas por demais avarento. Se alguém necessitasse de um favor, não se podia contar com este homem. Não dava um níquel a ninguém e seu coração era a morada de uma pedra, não nutria qualquer sentimento por ninguém, a não ser por seu filho, um menino tão malvado quanto seu pai, pois afinal, a fruta nunca cai muito longe da árvore. Este dois eram extremamente perversos e maltratavam o menino-escravo desde do raiar do dia, sem lhe dar trégua. Este jovenzinho não tinha nome, porque ninguém se deu sequer o trabalho de pensar algum para ele, assim respondia pelo apelido de “negrinho”.

Seus afazeres não eram condizentes com seu porte físico, não parava o dia inteiro. O Sol nascia e lá já estava ele ocupado com seus afazeres e mesmo ao se por, ainda se encontrava o negrinho trabalhando. Sua principal ocupação era pastorear. Depois de encerrar seu laborioso dia, juntava os trapos que lhe serviam de cama e recebia um mísero prato de comida, que não eram suficientes para repor as energias perdidas pelo sacrificado trabalho.

Mesmo sendo tão útil, considerado mestre do laço e o melhor peão-cavaleiro de toda a região, o menino era inúmeras vezes castigado sem piedade.

Certa vez, o estanceiro atou uma carreira com um vizinho que gabava-se de possuir um cavalo mais veloz que seu baio. Foi marcada a data da corrida e o negrinho ficou encarregado de treinar e montar o famoso baio, pois sabia seu patrão, não haver ninguém mais capaz que ele para tal tarefa.

Chegando o grande dia, todos os habitantes da cidade, vestindo suas roupas domingueiras, se alojaram na cancha da carreira. Palpites discutidos, apostas feitas, inicia-se a corrida.

Os dois cavalos saem emparelhados. Negrinho começa a suar frio. pois sabe o que lhe espera se não ganhar. Mas, aos poucos toma a dianteira e quase não há dúvida de que seria vencedor. Mas, eis que o inesperado acontece, algo assusta o cavalo, que para, empina e quase derruba Negrinho. Foi tempo suficiente para que seu adversário o ultrapasse e ganhe a corrida.

E agora? O outro cavalo venceu. Negrinho tremia feito “vara verde” ao ver a expressão de ódio nos olhos de seu patrão. Mas o fazendeiro, sem saída, deve cobrir as apostas e põe a mão no lugar que lhe mais caro: o bolso.

Ao retornarem à fazenda, o Negrinho tem pressa para chegar a estrebaria.

– Aonde pensa que vai? pergunta-lhe o patrão.

– Guardar o cavalo sinhô! Balbuciou bem baixinho.

– Nada feito! Você deverá passar trinta dias e trinta noites com ele no pasto e cuidará também de mais 30 cavalos. Será seu castigo pelo meu prejuízo. Mas, ainda tem mais, passe aqui que vou lhe aplicar o devido corretivo.

O homem apanhou seu chicote e foi em direção ao menino:

– Trinta quadras tinha a cancha da corrida, trinta chibatadas vais levar no lombo e depois trata de pastorear a minha tropilha.

 

 

Lá vai o pequeno escravo, doído até a alma levando o baio e os outros cavalos à caminho do pastoreio. Passou dia, passou noite, choveu, ventou e o sol torrou-lhe as feridas do corpo e do coração. Nem tinha mais lágrima para chorar e então resolveu rezar para a Nossa Senhora, pois como não lhe foi dado nome, dizia-se afilhado da Virgem. E, foi a “santa solução”, pois Negrinho aquietou-se e então cansado de carregar sua cruz tão pesada, adormeceu.

 

As estrelas subiram aos céus e a lua já tinha andado metade de seu caminho, quando algumas corujas curiosas resolveram chegar mais perto, pairando no ar para observar o menino. O farfalhar de suas asas assustou o baio, que soltou-se e fugiu, sendo acompanhado pelos outros cavalos. Negrinho acordou assustado, mas não podia fazer mais nada, pois ainda era noite e a cerração como um lençol branco cobria tudo. E, assim, o negrinho-escravo sentou-se e chorou…

O filho do fazendeiro, que andava pelas bandas, presenciou tudo e apressou-se em contar a novidade ao seu pai. O homem mandou dois escravos buscá-lo.

O menino até tentou explicar o acontecido para o seu senhor, mas de nada adiantou. Foi amarrado no tronco e novamente é açoitado pelo patrão, que depois ordenou que ele fosse buscar os cavalos. Ai dele que não os encontrasse!

 

Assim, Negrinho teve que retornar ao local do pastoreio e para ficar mais fácil sua procura, acendeu um toco de vela. A cada pingo dela, deitado sobre o chão, uma luz brilhante nascia em seu lugar, até que todo lugar ficou tão claro quanto o dia e lhe foi permitido, desta forma, achar a tropilha. Amarrou o baio

e gemendo de dor, jogou-se ao solo desfalecido.

 

 

Danado como ele só e, não satisfeito com  já fizera ao escravo, o filho do fazendeiro, aproveitou a oportunidade de praticar mais uma maldade dispersa os cavalos. Feito isso, correu novamente até seu pai e contou-lhe que Negrinho havia encontrado os cavalos e os deixara fugir de propósito. A história se repete e dois escravos vão buscá-lo, só que desta vez seu patrão está decidido em dar cabo dele. Amarrou-o pelos pulsos e surrou-o como nunca. O chicote subia e descia, dilacerando a carne e picoteando-a como guisado. Negrinho não agüentou tanta dor e desmaiou. Achando que o havia matado, seu senhor não sabia que destino dar ao corpo. Enterrá-lo lhe daria muito trabalho e avistando um enorme formigueiro jogou-o lá. As formigas acabariam com ele em pouco tempo, pensou.

 

No dia seguinte, o cruel fazendeiro, curioso para ver de que jeito estaria o corpo do menino, dirigiu-se até o formigueiro. Qual sua surpresa, quando o viu em pé, sorrindo e rodeado pelos cavalos e o baio perdido. O Negrinho montou-o e partiu a galope, acompanhado pelos trinta cavalos.

 

 

O milagre tomou o rumo dos ventos e alcançou o povoado que alegrou-se com a notícia. Desde aquele dia, muitos foram os relatos de quem viu o Negrinho passeando pelos pampas, montado em seu baio e sumindo em seguida por entre nuvens douradas. Ele anda sempre a procura das coisas perdidas e quem necessitar de seu ajutório, é só acender uma vela entre as ramas de uma árvore e dizer:

 

Foi aqui que eu perdi

Mas Negrinho vai me ajudar

Se ele não achar

Ninguém mais conseguirá!

 

 

Esta é a mais linda e popular lenda fraternal gaúcha. Ela representa um grito de repúdio aos maus-tratos com o ser humano. Reflete a consciência de um povo (gaúchos) que deliberadamente condenou a agressão e a brutalidade da escravidão. É uma lenda sem dono, sem cara, sem raça é a lenda de todos nós, que lutamos dia-a-dia nesta terra de excluídos.

 

O Negrinho do Pastoreio é a formatação de um arquétipo do inconsciente coletivo e podemos vê-lo como uma manifestação de uma consciência coletiva repleta de ideologias que são transmitidas pela cultura e linguagem que nós utilizamos quando estamos sujeitos a algo.

 

A escravidão ainda persiste, embora incógnita e camuflada,  mostra sua terrível face nas sub-habitações circunvizinhas às metrópoles. Esta questão social, tem a cada dia afastado a classe média de uma consciência do real problema e que por medo ou omissão, mantêm-se afastada e enclausurada em suas fortalezas gradeadas.

 

A lenda do Negrinho do Pastoreio possui versões no Uruguai e na Argentina, lugares onde praticamente  a escravidão inexistiu, portanto, aqui configura-se uma verdadeira “exportação” da lenda gaúcha. A sua versão mais antiga é a de propriedade de Apolinário Porto Alegre, “O Crioulo do Pastoreio” de 1875, quando ainda existia a escravidão no país. João Simões Lopes Neto, publicou em 1913 as “Lendas do Sul”, onde concretizou algumas alterações, introduzindo o baio, as corujas e a Nossa Senhora.

 

No Rio Grande do Sul, o Negrinho é símbolo da Caixa Econômica Estadual. É encontrada outra homenagem à ele na sede do Governo do Estado, no Salão Nobre que leva o seu nome. Lá encontramos afrescos do famoso pintor Aldo Locatelli que reconta sua história na versão de Lopes Neto.

 

Inúmeros poetas e trovadores, já cantaram e escreveram sobre esta lenda, sendo que o mais famoso dos poemas pertence à Barbosa Lessa (abaixo)

 

Negrinho
do Pastoreio

l. c. Barbosa Lessa


“Negrinho do Pastoreio
Acendo essa vela pra ti
E peço que me devolvas
A querência que eu perdi

Negrinho do Pastoreio
Traz a mim o meu rincão
Eu te acendo essa velinha
Nela está o meu coração

Quero rever o meu pago
Coloreado de pitanga
Quero ver a gauchinha
A brincar na água da sanga

E a trotear pelas coxilhas
Respirando a liberdade
Que eu perdi naquele dia
Que me embretei na cidade”.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

Bibliografia consultada:

Lendas do Sul – J. Simões Lopes Neto

Mitos e Lendas do Rio Grande do Sul – Antonio Augusto Fagundes Lendas Brasileiras – Câmara Cascudo

 

 

 

Pesquisa feita por : Hellen Vaz Rosa 5ªsérieA

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lenda pexquisada pela gabriela raupp

19 de novembro de 2009 at 3:39 pm (Apresentação)


A LAGOA NEGRA

Esta lenda foi contada por ANTÔNIO STENZEL FILHO em seu livro “Vila da Serra”.

Um escravo negro, depois de muitos mal-tratos, a que continuamente o submetia seu senhor, toma a firme resolução de acabar com tanto sofrimento.

FOGE!

Em verdadeira disparada erra de colina em colina, de bosques em bosques, até que surgi uma prainha deserta, mas em seguida, embrenha-se novamente na mata nativa, tentando afastar-se o mais depressa possível das mãos de seu carrasco dono.

Depois de muito caminhar, já fatigado, esbarra do lado de cá da Pinguela, com a triste e silenciosa Lagoa Negra.

É pequena, e suas águas, sob a sombra das florestas que rodeiam, têm a cor indicativa do seu nome.

SENTA-SE!

Reflete então sofre as dores sofridas e a dolorosa condenação a que está sujeita a sua raça, e a impossibilidade em que se acha de reagir. Voltar para a casa de seu senhor é continuar o seu longo martirológio: prosseguir fugido é, além do perigo de ser pego, um outro martírio também.

RESOLVE!

Lança um olhar ao redor e seus olhos descobrem instintivamente uma copa de figueira, cujos ramos verdejantes beijam a fímbria do líquido sudário.

Levanta-se, dá alguns passos, procura e encontra uma corda. Atira-a de encontro a um galho, e depois dela presa neste, amarra a outra ponta no pescoço, abaixa os braços, encolhe as pernas e……fica dependurado.

ESTÁ MORTO!

Conta a lenda, porém, que deste momento em diante canoas brancas cruzam a lagoa em diversas direções, enquanto luzes misteriosas brilham nas florestas marginas, e que o mesmo negro, ora embarcado nessas canoas, ora a pé ou trepado nas árvores, aparece naquelas paragens, cantando melancólicas canções.


A Lagoa Negra é uma lenda triste que nos ajuda a compreender o sofrimento causado pela escravidão. Esse foi um tempo sombrio para a história brasileira e para os brasileiros. Mas engana-se todo aquele que pensa que isso faça parte de um passado distante. A escravidão sempre existirá, por vezes mascarada, mistificada, enquanto o homem caminhar por essa terra. Isto porque, o mundo funciona por meio de estruturas de poder e algumas pessoas que exercem o poder, o buscam para compensar-lhes a fragilidade e vulnerabilidade.

Uma pessoa fraca no poder nunca será generosa, porque encara perguntas ou possibilidades alternativas como ameaça à sua supremacia e dominação. Ela sempre exigirá total controle. Entretanto, quando controlados, somos sempre tratados como “objetos”, em vez de “sujeito”.

O controle também asfixia a nossa individualidade, nos impedindo de sermos criativos. Em um mundo onde somos controlados, onde o poder predomina, tudo é determinado por uma ética de competição. Já em um mundo onde podemos exercer a nossa criatividade, onde um dom está envolvido, não haverá competição.

Para sermos mais felizes, nossa vida deve ser o cenário das possibilidades e da verdadeira expressão.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

pexquisei essa lenda no site:

https://lendasda5a.wordpress.com/wp-admin/post-new.php

ROSANE VOLPATTO


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Lagoa Da Pinguela Lenda Pesquisada Por Thaís

19 de novembro de 2009 at 3:39 pm (Apresentação)

A LENDA DA LAGOA DA PINGUELA

Muitas lagoas do litoral norte do Rio Grande de Sul, servem de palco para misteriosas aparições que já renderam fantásticas histórias sobre fantasmas. A Lagoa da Pinguela é uma delas, situada no município de Osório, a 120km à leste de Porto Alegre e a 15km à oeste do Atlântico.

Segundo Dante de Laytano, conta-se que quando eclodiu a Revolução Farroupilha, em 1835, proprietários da região, receosos com a possibilidade de perderem seus ganhos à custa do trabalho escravo, mandaram dois negros atravessarem a lagoa, para esconder em lugar bem seguro, dinheiro e roupas.

Embarcaram então, os dois pretos em uma canoa, dispostos a cumprirem a determinação dos patrões. Entretanto, neste dia soprava um forte vento que tornava a travessia muito perigosa. E, como se previa, a embarcação acabou naufragando com os dois negros, que morreram afogados. Desde então, moradores do local afirmam, que em dias bonitos, quando o céu está azul e as águas da lagoa se tornam mais brancas do que nunca, descortina-se, no mesmo lugar do desastre, uma canoa com dois remadores, a deslizar silenciosamente pelo meio da Lagoa.

Mas esta lenda, também possui outra versão: os dois escravos negros se transformaram em alvos cisnes, que de vez enquanto reaparecem pela lagoa, nadando, mergulhando, até se confundirem, voltando, afinal, em certas épocas, mas escolhendo de preferência os dias ensolarados.

A Lagoa da Pinguela permanece até hoje, misteriosa e maravilhosa. Circundada pela Serra Geral, abriga bandos e garças, marrecos, tarrãs e quero-queros. Além, é claro, de apresentar uma rica flora característica da região. Realmente é uma paisagem imperdível para que aprecia e dá valor às belezas da natureza.

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a escrava Honrada

19 de novembro de 2009 at 3:37 pm (Apresentação)

A ESCRAVA HONRADA

Esta é uma lenda do município de Santa Maria, que foi registrada por João Belém:

Em 1835, quando se iniciou, no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha, residia no município de Santa Maria, em casa de sua propriedade, uma respeitável viúva, em companhia de sua filha, esposa de Brigadeiro, e de sua netinha.

Não querendo a prudente senhora sujeitar-se a prováveis dissabores, assistindo o desenrolar dos acontecimentos que sobreviessem, resolveu, com sua família, emigrar para o Paraguai.

Antes de realizar sua jornada, entregou a direção da casa aos cuidados de sua escrava. Enterrou em uma cova funda, na própria propriedade todas suas jóias e objetos de valor, deixando-os também sob a guarda da preta. Em seguida, partiu com seus entes queridos, para um lugar distante, em busca da tranqüilidade e segurança que perdera.

Muito tempo se passou, mais de sete anos sem que a dedicada escrava tivesse notícia, ligeira sequer, de sua senhora. Era mesmo impossível se estabelecer qualquer tipo de comunicação, devido a anormalidade reinante na Província.

Nesse mesmo período de tempo, esteve a povoação, ora em poder dos legalistas, ora dos rebeldes. Mas, a pretinha, não abandonou um instante só, a guarda de tudo que lhe fora confiado.

Afinal, serenado o movimento revolucionário, toda a família retorna contente à sua casa.

Logo ao chegar, muito aflita, a senhora da escrava, primeiro vai verificar o que era feito do seu tesouro escondido.

Achou-o intacto, tal qual o tinha colocado. Agradeceu então, do fundo de seu coração a honrada escrava, reconhecendo que poucos seriam os que lhe seriam tão fiéis e tão amigos…

Amizade é a palavra certa para o relacionamento desta escrava para com sua senhora.

A lenda é narrada como um ensinamento do conceito da verdadeira amizade.

A escrava, pelo simples fato de ser privada da liberdade, poderia ter aproveitado aquele momento em que permanecia na casa sozinha, para fugir com os tesouros de sua dona. Entretanto, a amizade despertou o que era divino dentro dela. Os nobres sentimentos para com sua senhora refletiram os sentimentos para com ela mesma.

Não lhe importava quem era ou como era a amizade era a graça que lhe aqueceu e adoçou a sua vida, naqueles tempos tão difíceis.

A senhora, também, muito aprendeu com sua escrava. Podia ter infinitos bens, ter uma família adorável, mas foi quando se sentiu completamente sozinha e pedida, que encontrou a maior dos tesouros: a verdadeira amizade.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

LENDA PESQUISADA POR BEATRIZ KARINE ALVARES

http://www.rosanevolpatto.trd.br/escravahonrada.htm

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19 de novembro de 2009 at 3:35 pm (Apresentação)

Esta é uma lenda do município de Santa Maria, que foi registrada por João Belém:

Em 1835, quando iniciou-se, no Rio Grande do Sul, a Revolução Farroupilha, residia, no município de Santa Maria, em casa de sua propriedade, uma respeitável viúva, em companhia de sua filha, esposa de Brigadeiro, e de sua netinha.

Não querendo a prudente senhora sujeitar-se a prováveis dissabores, assistindo o desenrolar dos acontecimentos que sobreviessem, resolveu, com sua família, emigrar para o Paraguai.

Antes de realizar sua jornada, entregou a direção da casa aos cuidados de sua escrava. Enterrou em uma cova funda, na própria propriedade todas suas jóias e objetos de valor, deixando-os também sob a guarda da preta. Em seguida, partiu com seus entes queridos, para um lugar distante, em busca da tranqüilidade e segurança que perdera.

Muito tempo se passou, mais de sete anos sem que a dedicada escrava tivesse notícia, ligeira sequer, de sua senhora. Era mesmo impossível se estabelecer qualquer tipo de comunicação, devido a anormalidade reinante na Província.

Nesse mesmo período de tempo, esteve a povoação, ora em poder dos legalistas, ora dos rebeldes. Mas, a pretinha, não abandonou um instante só, a guarda de tudo que lhe fora confiado.

Afinal, serenado o movimento revolucionário, toda a família retorna contente à sua casa.

Logo ao chegar, muito aflita, a senhora da escrava, primeiro vai verificar o que era feito do seu tesouro escondido.

Achou-o intacto, tal qual o tinha colocado. Agradeceu então, do fundo de seu coração a honrada escrava, reconhecendo que poucos seriam os que lhe seriam tão fiéis e tão amigos…

Amizade é a palavra certa para o relacionamento desta escrava para com sua senhora.

A lenda é narrada como um ensinamento do conceito da verdadeira amizade.

A escrava, pelo simples fato de ser privada da liberdade, poderia ter aproveitado aquele momento em que permanecia na casa sozinha, para fugir com os tesouros de sua dona. Entretanto, a amizade despertou o que era divino dentro dela. Os nobres sentimentos para com sua senhora, refletiram os sentimentos para com ela mesma.

Não lhe importava quem era ou como era, a amizade era a graça que lhe aqueceu e adoçou a sua vida, naqueles tempos tão difíceis.

A senhora, também, muito aprendeu com sua escrava. Podia ter infinitos bens, ter uma família adorável, mas foi quando se sentiu completamente sozinha e pedida, que encontrou a maior dos tesouros: a verdadeira amizade.

Texto pesquisado e desenvolvido por

Rosane Volpatto

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